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O Que Falta na Farinha

Joelson de Souto

É o que falta na farinha

E não existe no sertão

Mas cozinha o feijão

E esfria na quartinha

Cai em pé, depois caminha

Quando o rojão é pesado

Líquido abençoado

Que dá vida e que dá arte

Havia por toda parte,

Mas isso foi no passado

 

Hoje em dia o homem encerra

Sua estadia no mundo

Como bicho vagabundo

Pouco acerta, muito erra

Mexeram muito com a terra

Hoje em dia ela grita

E o chão seco crepita

Haja seca, haja fome

Morre bicho, morre home

E a terra desabita

 

É desperdício, é desrespeito

É a vida destruída

A água do chão banida

E o rio não tem mais leito

Mas corre no nosso peito

A água que vem da terra

E com sede a cabra berra

Por culpa dos nossos atos

Viveremos esses fatos

Do mundo entrando em guerra

De que serve a razão

Que o homem tanto preza?

Se ajoelha, mas não reza

É muita ingratidão!

De que serve um coração

Que recebe e que rechaça

A água que vem de graça

Que vem do seio do mundo

Para lavar o imundo

Que impregna nossa raça

 

Irresponsabilidade

Não queremos conhecer

Nós queremos é beber

De uma chuva de verdade

Que leve essa vaidade

Pro riacho do passado

Que molhe o solo rachado

De alegrias e esperanças

Para que nossas crianças

Conheçam um chão molhado.

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